domingo, 15 de julho de 2012

RÉU


        


                                                          


Calado em suores
Acusações,  machucões
Indefeso, não pode  falar
Se abre a boca, logo
Mandam-no calar
Não tem direito a defesa
Mas sentado escuta
O que têm a dizer
Somente maltratam
Não há uma palavra
De esperança,
Mas de esperar
Não se cansa
Mesmo sem saber
Se o dia virá
Ou um anjo venha salvar
É aguardar,
Já que nada pode fazer.
Só faz o que mandam
E assim ansioso
Almeja o raiar de um dia
Que não seja igual
Aos outros.
Mas, será que vem?
Ou a cadeira elétrica
O espera
Ou a forca, quem sabe?
Mas apesar do tremendo
Sofrimento anseia 
Por um salvamento
Alguém   que o ajude
E compreenda que o seu
Seu caso é diferente.
Não foi morte, nem roubo
Mas, apenas um negócio com Deus.
Há de se proibir alguém
De querer ser feliz?
Que crime há nisto?
Esperem acusadores meus
Eu só quero um lugar
De descanso com Deus
Nada mais.

Extraída do meu livro DELÍRIOS

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